quarta-feira, 11 de abril de 2012

ESTUDO DE CASO: JACK, O ESTRIPADOR

Mesmo amais de um século depois, “Jack, o Estripador” continua a fascinar os pesquisadores profissionais de perfis criminais. Os crimes cometidos por este assassino vitoriano provocaram uma onda de pânico no East End, de Londres, na segunda metade de 1888. O caso é de particular interesse para os profissionais porque resultou na primeira tentativa documentada de criar um perfil psicológico de um serial killer.
Entre agosto e novembro, cinco mulheres – todas prostitutas famosas – tiveram suas gargantas brutalmente cortadas e depois os corpos de quatro delas foram horrivelmente mutilados. Na manhã seguinte ao primeiro assassinato, uma matéria de um jornal afirmou “nunca um assassinato foi mais sangrento nem mais brutal” Nesse assassinato e em outro uma semana depois, o abdome da mulher foi aberto com uma faca, mas as mutilações iam se tornar ainda mais terríveis. O temor popular foi reforçado três semanas mais tarde, quando a Central News Agency recebeu uma carta assinada por “Jack, o Estripador”, escrita em tinta vermelha.
A carta dizia “vocês vão ouvir de mim e das minhas brincadeirinhas. Guardei um pouco do negócio vermelho numa garrafa de cerveja durante o último serviço que fiz a fim de escrever, mas engrossou feito cola e não posso mais usá-lo. Espero que a tinta vermelha seja então suficiente, ha ha”.
No último dia de setembro, apenas dois dias depois do recebimento desta carta, os corpos de mais duas mulheres foram descobertos. No dia seguinte, a Central News Agency recebeu um cartão-postal com a mesma caligrafia da carta, a aparentemente suja de sangue, dizia “vocês vão ouvir do trabalho do Atrevido Jack amanhã, evento duplo desta vez...”.
A maioria dos especialistas está agora convencida de que a carta e o cartão-postal foram uma farsa, cometida por um jornalista para aumentar o interesse no caso, mas uma outra carta, aparentemente com outra caligrafia, foi enviada duas semanas mais tarde a um membro do recém-criado às pressas Comitê de Vigilância. Com data “Do Inferno” e assinado por “Apanhe-me quando puder”, com um presente horrível, metade de um rim humano.
O quinto assassinato – o último atribuído de fato ao estripador –m foi o mais terrível de todos. O assassinato ocorreu no quarto alugado da mulher e o Estripador teve muito tempo para realizar seu sangrento serviço. A cabeça foi quase que separada do corpo, partes foram cortadas, e grande parte da carne foi despojada e colocada sobre uma mesa numa grande poça de sangue. Neste momento, a polícia já especulava sobre a possibilidade de o assassino ser um membro da classe médica.
O cirurgião da polícia que ajudou na autópsia da quinta vítima foi o Dr. Thomas Bond. Ele foi inicialmente chamado para dar um depoimento sobre o conhecimento cirúrgico do assassino, mas ele foi além e deu à polícia uma descrição do assassino. Afirmando que todos os cinco assassinatos foram cometidos pela mesma pessoa, ele disse aos investigadores:
- O assassino deve ter sido um homem forte, ousado e frio. Não há evidência da existência de um comparsa. Em minha opinião, deve ser um homem que sofre ataques regulares de vontade homicida e erótica. O estilo das mutilações indica que ele pode estar em uma condição sexual que pode ser chamada de satiríase. Claro que é possível que o impulso homicida possa ter se desenvolvido ou por um espírito taciturno, ou uma mania religiosa pode ter sido a doença original, mas não creio que nenhuma dessas hipóteses seja verdadeira.
- Ele deve ter uma aparência inofensiva e passiva, provavelmente de meia idade, e com roupas arrumadas e limpas. Acho que pode ter o costume de usar uma capa ou um sobretudo, ou dificilmente poderia ter escapado pelas ruas se o sangue nas suas mãos ou nas roupas fosse visível.
- Supondo que o assassino seja uma pessoa como essa que acabo de descrever, ele seria solitário e de gestos excêntricos; é provável que seja um homem sem um trabalho regular, mas com alguns pequenos rendimentos ou algum tipo de pensão. possivelmente mora com pessoas respeitosas que sabem alguma coisa de seu caráter e dos seus hábitos e que podem suspeitar que às vezes ele não é senhor de si. essas pessoas provavelmente não estão dispostas a procurar a polícia para evitar problemas e por receio, coisa que poderia se resolver se houvesse uma chance de ganhar uma recompensa.
- Considerando a possibilidade de que o Estripador possa ter, pelo menos, certa experiência profissional cortando e preparando carne ou peixe. Em cada caso, a mutilação foi feita por uma pessoa que não tem conhecimentos anatômicos ou científicos. Na minha opinião, ele não possui nem os conhecimentos técnicos de um açougueiro ou de um funcionário do abatedouro, ou qualquer pessoa acostumada a esquartejar animais mortos.
Apesar da orientação dada pelo Dr. Bond, a polícia nunca pegou o Estripador. Houve ouros homicídios, mas nenhum deles tinha as mesmas características de execução. Ao longo dos anos, os pesquisadores pensaram em dezenas de possíveis suspeitos, desde uma parteira louca até o príncipe Albert Victor, neto da rainha Victória. A escritora de romances policiais Patrícia Cornwell escreveu em seu livro "Jack, o Estripador: Retrato de um assassino (2002)", que tinha certeza de que o famoso pintor Walter Sickert era o assassino.
Até o FBI ofereceu sua avaliação, por ocasião do Centenário do Estripador, uma explicação muito semelhante com aquela do Dr. Bond. Mas só uma há uma certeza: a identidade de Jack, o estripador nunca será comprovada. (?)

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