quarta-feira, 11 de abril de 2012

ALPHONSE BERTILLON

No momento da publicação do primeiro livro de Lombroso, o presidente da Sociedade Antropológica de Paris era Louis Adolphe Bertillon, que dedicou seus estudos à comparação e à classificação da forma e do tamanho dos crânios dos diferentes tipos racionais. O filho dele, Alphonse (1853 – 1914), mostrava pouco interesse no trabalho do seu pai.

Quando foi nomeado escrivão júnior no escritório de Registros da Secretaria de Polícia, n o entanto, percebeu que os métodos antropológicos poderiam ser utilizados para ligar as pessoas que acabavam de ser detidas com crimes do passado. Um dos sócios do pai, o estatístico belga Lambert Quetelet, afirmou que duas pessoas não podem ter exatamente a mesma combinação de medidas físicas, e o jovem Bertillon propôs um sistema relacionado de identificação aos seus superiores.

Entre novembro de 1882 e fevereiro de 1883, Bertillon trabalhou com esmero para estruturar um sistema de prontuários com 1.6100 registros, comparando-os com as medições que fez dos criminosos detidos. Foi no dia 20 de fevereiro de 1883 que teve sucesso pela primeira vez. Um homem que se fazia chamar “Dupont” foi levado a ele e, depois de tomar as suas medidas físicas, Betillon começou a analisar seu arquivo. Finalmente, triunfante, pegou um único prontuário e exclamou:

- Você foi preso em 15 de dezembro do ano passado!

- Naquele tempo você se chamava Martin.

A notícia desse sucesso ocupou as manchetes nos jornais de Paris. No final daquele ano, Bertillon já tinha identificado cerca de 50 reincidentes e em 1884 identificou mais de 300. As autoridades policiais e carcerárias em toda a França rapidamente adotaram o procedimento conhecido como “Bertillonage”.

Betillon começou então a fazer uso da fotografia, tanto dos presos suspeitos quanto das cenas dos crimes. Estabeleceu o processo de retratar a cara inteira e o perfil – até hoje uma prática comum – e também introduziu o que ele chamava de retrato parlé (o famoso retrato falado). Este era um sistema para descrever a forma das características faciais, como o nariz, os olhos, a boca e a mandíbula, e continua a ser a base do identikit e outros sistemas mais modernos de identificação.

Bertillon chegou a ter sucesso também com a adoção de técnicas de impressões digitais, às vezes ele guardava as impressões digitais dos criminosos, porém, continuava convencido da superioridade do seu sistema de medição e, em mais de uma ocasião, faltavam as impressões no prontuário. Como os outros países adotaram as impressões digitais nos primeiros anos do século XX, o sistema francês de Bertillonage foi eliminado.

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